
Artigos Científicos
Necessidade de implantar
programa nacional de
segurança do paciente no Brasil
"Desde há muito tempo os resultados da assistência são utilizados para avaliação da qualidade dos serviços de saúde. Os babilônicos pagavam pelos serviços médicos mediante os resultados obtidos e, na Idade Média, os médicos que obtivessem resultados negativos na prestação de assistência tinham parte de seus corpos mutilados.
Os resultados negativos em saúde são conhecidos principalmente como eventos adversos ou qualquer tipo de incidente com potencial para causar danos aos pacientes e que pode fornecer importantes informações para a construção de um sistema de saúde mais seguro. Os incidentes podem ser sem dano, com dano (evento adverso), ou near misses, também denominado de potencial evento adverso.
Resultados negativos em saúde foram relatados pelo Institute of Medicine (IOM) em 1999, que estimou entre 44.000 a 98.000 mortes por ano nos Estados Unidos devido a erros na assistência ao paciente. Desde então, os resultados ou desfechos em saúde têm sido objeto de estudo, pois estão relacionados diretamente à qualidade e à segurança do paciente. A segurança do paciente é definida como o ato de evitar, prevenir ou melhorar os resultados adversos ou as lesões originadas no processo de atendimento médico-hospitalar."
Rev Saúde Pública 2013;47(4):791-8
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Adesão à técnica de lavagem de mãos em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
"A infecção relacionada à assistência hospitalar é um sério problema de Saúde Pública que afeta um número grande de pacientes, aumentando o tempo de internação, o risco de mortalidade e os custos socioeconômicos. Nos EUA, ocorrem cerca de 2 milhões de casos anuais de infecções hospitalares, levando a 20 mil óbitos e gerando um gasto estimado em 4,5 a 5,7 bilhões de dólares por ano. Uma pesquisa realizada em 103 hospitais terciários de 13 capitais brasileiras mostrou que a taxa de infecção foi de 13%, sendo que a prevalência na Unidade de Terapia Intensiva neonatal (UTIN) foi a mais alta (46,9%), seguida pela Unidade de Queimados (38,2%) e pela UTI pediátrica (32,9%).
De acordo com o Centers for Disease Control (CDC), são consideradas infecções neonatais hospitalares aquelas adquiridas no período intraparto (de origem materna e manifestada 48 horas de vida), durante a hospitalização ou até 48 horas após a alta, com exceção às infecções transplacentárias. Nos neonatos, o risco de infecções é mais elevado devido à imaturidade do seu sistema imunológico, à necessidade de procedimentos invasivos inerentes ao suporte vital, com a presença de cânula traqueal e cateteres centrais, entre outros, além do uso de medicações que aumentam o risco de infecção (por exemplo, bloqueadores H2 e corticosteroides).
Cerca de 30% dos casos de infecções relacionadas à assistência à saúde são considerados preveníveis por medidas simples, sendo a lavagem correta das mãos pelos profissionais de saúde a mais efetiva delas. São as mãos que transportam o maior número de micro-organismos aos pacientes, por meio contato direto ou através de objetos. Dentre esses micro-organismos, muitos são patógenos potenciais, como S. aureus, E. coli, P. aeruginosa e E. fecaelis, sendo metade deles multirresistente aos antibióticos.
A lavagem das mãos é indicada antes de ministrar medicamentos por via oral e preparar a nebulização, antes e após a realização de trabalhos hospitalares, atos e funções fisiológicas ou pessoais, antes e depois do manuseio de cada paciente, do preparo de materiais ou equipamentos, da coleta de espécimes, da aplicação de medicamentos injetáveis e da higienização e troca de roupa dos pacientes. Apesar de a importância da transmissão de infecções relacionadas à assistência à saúde pelo contato das mãos ser aceita mundialmente, o cumprimento das normas técnicas para a sua prevenção é limitado, principalmente entre os profissionais da categoria médica, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, sendo inferior a 50%.
Nesse contexto, o presente estudo tem por objetivo avaliar o cumprimento das técnicas de lavagem das mãos empregadas em uma UTIN pelos profissionais de saúde e familiares visitantes."
Martinez, Mariana Reclusa; Campos, Luiz Alexandre A F; Nogueira, Paulo Cesar K.
Rev. paul. pediatr; 27(2): 179-185, jun. 2009. tab.
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Infecções Relacionadas ao Cuidar em Saúde no Contexto da Segurança do Paciente: Passado, Presente e Futuro
"As infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS) têm merecido destaque e atenção como um importante problema de saúde pública há vários séculos, correspondendo a um dos mais prevalentes eventos adversos que acometem os pacientes durante o cuidado assistencial.
O limite da busca pelo cuidado de melhor qualidade e a segurança do paciente vem tangenciando a história de forma tímida, seguindo diferentes denominações até os dias atuais. Contudo, com base no os resultados de pesquisas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu que a qualidade do cuidado e a segurança do paciente constituem uma única vertente. Ou seja, a ocorrência dos eventos adversos é reconhecida como uma falha na segurança do paciente, podendo ocorrer entre 5% a 17%, dentre os quais 60% podem ser preveníveis. Assim, a segurança do paciente deve ser vista como um conjunto de estratégias/intervenções capazes de prevenir/reduzir o risco de dano ao paciente decorrente do cuidado de saúde.
Baseando-se nessas considerações e nas sérias consequências desses eventos adversos é que se decidiu revisitar a história do cuidado em diferentes recortes, refletindo sobre duas importantes questões:
Quando começou a preocupação com os danos decorrentes do cuidado prestado ao ser humano?
O controle de infecção associada ao cuidar em saúde atende aos pressupostos da segurança do paciente?
Esta análise e esta reflexão justificam-se pelo fato de que complicações decorrentes da assistência têm sido repetidamente registradas ao longo da história do cuidado ao ser humano. Com isso, reconhece-se que a ampliação desta denominação qualidade do cuidado e segurança do paciente não constitui uma preocupação recente, mas, sim, uma inquietação dos profissionais e pesquisadores de forma bastante anterior a esta proposição."
Oliveira, Adriana Cristina; Paula, Adriana Oliveira de.
REME rev. min. enferm; 17(1): 216-220, jan./mar. 2013.
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"Os hospitais terciários atendem, atualmente, indivíduos cada vez mais críticos e com maior nível de complexidade, devido à maior sobrevivência de pacientes com doenças crônicas e traumas. Nessas condições, esses indivíduos são mais susceptíveis às complicações que põem em risco a sua segurança, como infecções hospitalares, erros relacionados ao processo de administração de medicamentos e lesões na integridade da pele, dentre outras. Por outro lado, os pacientes estão cada vez mais conscientes de seus direitos em relação à assistência de qualidade, e exigentes quanto aos produtos e serviços oferecidos pelas instituições de saúde.
Essas instituições, dentre elas os hospitais de ensino universitário, têm utilizado várias estratégias para enfrentar essas questões, como a criação de
Programas de Melhoria de Qualidade, Comitês de Segurança do Paciente e outras iniciativas que visam qualificar a assistência oferecida e conhecer o estado de certos indicadores de qualidade.
Considerando a questão da lesão de integridade da pele, a úlcera por pressão (UP), em pacientes hospitalizados, é problema importante, devido aos elevados índices encontrados e aos custos emocionais e financeiros que acarreta.
A UP representa gastos elevados para o paciente, família, hospital, instituições de saúde e sociedade como um todo. A condição exige a continuidade e o prolongamento do cuidado que não termina com a hospitalização. Traz consequências socioeconômicas para o país e para o sistema de saúde, pois aumenta a morbidade e a mortalidade, prejudica a qualidade de vida do indivíduo e da família e gera mais gastos em recursos muitas vezes já escassos.
Na busca da qualidade de assistência, vários autores vêm destacando a necessidade de conhecimento científico dos profissionais de enfermagem relacionado à UP, visto que, frequentemente, a prática não é baseada em evidências, e sim em mitos, tradições e experiências próprias ou de colegas.
Em âmbito internacional, existem várias diretrizes para a prática clínica que orientam o tratamento e a prevenção da UP, as abordagens interdisciplinares e os programas educacionais, visando a implementação da prática baseada em evidências."
Rev. Latino-Am. Enfermagem Artigo Original
18(6):[10 telas]
nov-dez 2010
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Conhecimento dos Profissionais de Enfermagem sobre
Prevenção da Úlcera por Pressão